Não foi sem razão que Aristóteles, na Poética, ao estabelecer os princípios de uma teoria da tragédia, considerou o Rei Édipo uma peça exemplar. Todavia, o caráter paradigmático deste texto parece-nos ultrapassar as exigências formais da teoria aristotélica para se impor a nós, ainda hoje, como obra de valor perene e sempre atual. De fato, no teatro sofocleano experimentamos a especial sensação de nos colocar diante de nós próprios, no desafio que representa o fato de existirmos e, de existindo, assumir a decisão de escolher o sentido de ser.
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